sexta-feira, 22 de maio de 2015

The Secret Garden - Capitulo 18 (parte 1)



Capitulo anterior:
[...]
Eu vou levá-lo sempre em meu coração, independente do que aconteça, seja na saúde ou na doença, no momentos felizes ou nos difíceis.


A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos." - Charles Chaplin





Capitulo 18 - Worst Pain (parte 1) 




Seunome Timberlake P.O.V's 


 Fui acordada pelo relógio pouco antes das seis da manhã de uma pacata segunda-feira. Relógio sempre foi um castigo, mas sentir que estava cada vez mais próxima das provas finais fez com que eu sorrisse em vez de levantar com um mau humor daqueles.

 Por mais que escola tenha amigos e risadas a toa, férias também são bem agradáveis. Dormir até tarde, sem se preocupar com trabalhos e professores que exalam sonífero poderia até ser considerado um paraíso limitado.

 Por que estou sonhando acordada com férias se ainda falta uma interminável semana?

 Fiz minha higiene matinal, como todo santo dia, apanhei minha mochila e fui para escola caminhando sozinha.

 Se for parar para analisar, minhas manhãs são todas iguais e patéticas. Parece que eu só respiro e o resto é automático. Toda vez que o sol nasce, parece que o filme é rebobinado.

 O tempo estava nublado. O vento bateu em meu rosto, estava gélido e me trouxe boas recordações de quando eu ia esquiar com os meus pais. Engraçado que naquela época eu não via a hora de crescer, de ter meus 17 anos e agora tenho um anseio, uma aspiração, uma necessidade de voltar para aquela época. Eu penso tão ansiosamente pelo futuro e esqueço-me de viver o presente, depois suspiro pelo tempo perdido.

 O caminho era curto para pensamentos filosóficos.

 Assim que cheguei na escola, bateu o primeiro sinal que indicava o início da aula de cálculo. Suspirei e entrei no colégio. O corredor estava deveras movimentado, mais do que de hábito.

 Passei para pegar meus materiais no armário e me deparo com um bolo de pessoas na frente dele. Pensei na possibilidade de que o pessoal do terceiro esteja pregando peças no resto do pessoal do terceiro. O que era uma tentativa falha, já que eu acabara de chegar antes do horário normal. Mas as coisas não pareciam normais mesmo. Ninguém se moveu enquanto eu pedia educadamente pra saírem da frente. "Nossa, eu não esperava isso da Seunome! Que isso, hein?", um garoto comentou me dando uma leve cotovelada na barriga em tom de aprovação, "pegando o 'priminho'", continuou ele debochando da minha cara. Eu não estava entendo mais nada.

 Na verdade eu já tinha uma ideia do que poderia significar, mas preferia não pensar nisso.

 Empurrei todo mundo que estava na minha frente para ver o que estava acontecendo, um gelo percorreu minha espinha. Naquele momento eu quis morrer. Eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas e queimarem de raiva e angústia. Eu fiquei praticamente sem reações. Olhei ao meu redor e todos estavam rindo e cochichando. Vi Danielle colando algumas fotos minhas com o Liam em momentos íntimos.

- Mas que droga é essa? -perguntei gritando escandalosamente e a empurrei contra o armário fazendo com que ela resmungasse alguma coisa e soltasse as fotografias. Peguei as fotos e as rasguei- Você não pode fazer isso? Cara... Não faz o menor sentido.

- Ah, faz sim, sua rata. Vê se não estrague o relacionamento dos outros, antes que eu estrague o seu... Com o aquele inútil ali -aquelas palavras bastaram, o som de seus risos malignos alimentou meu ódio. Olhei para o Harry, ele andava apressadamente para a sala de aula todo desgovernado.

 Contestei e corri para alcançar Styles. Mas não consegui. O sr. Turner já havia começado a lecionar.

 Tentei chamá-lo várias vezes, mas ele me ignorou. Droga.

 A aula foi um tédio e interminável. Eu estava tentando arrumar alguma maneira de reverter a situação, mas minha dor de cabeça não dava chance. Então um comentário surgiu:

- Professor, não é nada sobre a matéria, mas é possível relacionamento saudável entre primos? -era Ethan provocando. Fechei o punho, mas me mantive. Olhei de relance para Haroldo e ele estava brincando com a caneta pra passar o tempo que nem ouviu. Dava pra perceber a decepção em seu olhar. Continuei o olhando sem saber o que fazer. A culpa não era de Danielle, era minha, tudo acabou e era culpa minha. Sempre dá errado. Eu sei o certo, mas o errado me atrai.

- Que pergunta desnecessária, rapaz. Prosseguindo... -o sr. Turner disse e continuou explicando a matéria.

Verifiquei o relógio pela centésima vez e finalmente o sinal do almoço tocou. Corri para o meu armário antes da multidão minguar e sei lá como Bianca chegou mais rápido que eu.

- Eu sei, eu sei. Fiz coisa errada. Eu sou um horror, por favor, me mate -foi o que eu pronunciei e me desmanchei quando ela me envolveu em seus braços. Bianca Malik tem o dom de diminuir minha tensão com um simples abraço. Ela transmitia um tipo de calma que fazia a dor sumir, por completo.

- Eu não vou te matar -ela disse e me soltou- Certas coisas acontecem isso vai passar. Sua sorte é que é a última semana de aula.

- Sorte? Eu perdi o Harry, por uma foto que é bicentenária e você diz sorte? Eu nunca vou conseguir explicar -conclui tentando segurar o choro.

 Eram perceptíveis as pessoas me olhando, apontando e comentado coisas. Eu estou me sentindo horrível completamente suja. Caramba, tem como se sentir mais arrependida do que isso?

 Minha empolgação para as provas finais desmoronaram. Minha vontade era de sair correndo e ficar no colo de papai, recebendo suas carícias e palavras incentivadoras. Um desejo tão impossível e distante. Esforcei-me para limpar as nuvens que atormentavam o meu cérebro e perguntei sobre Zayn enquanto caminhávamos apressadamente para fora do colégio.

- Sem pistas, sem localizações, sem Malik. Essa investigação está indo por água abaixo... -ela dizia, mas eu não conseguia presta atenção- Hey, Seunome! Estou falando com você, poxa, acho melhor você ir para casa. Você está muito mal.

- Eu acho que vou mesmo.

- Certo, vai sim, passo lá mais tarde -Bia acenou e me distanciei.

 Voltei andando, cortando o caminho pelo Sebastian Park. O Jardim Botânico, ou o meu famoso Jardim Secreto estava lá no centro. Talvez eu nunca mais esteja com o Harry nesse lugar. É um momento tão estranho pra mim. O sentimento de vazio persistiu.

 Resolvi entrar para tentar acalmar meus pensamentos e...

- Harry?!?! -perguntei em quase um grito levando minha mão ao peito com o susto que eu levei.

- Até aqui você está? Caramba, para de me seguir, vai atrás do seu próprio caminho. Acabou! Eu... Eu tenho nojo de você -ele berrou rudemente- Como você pode fazer isso, Seunome? Como pode ser tão estupida e medíocre? Eu devo ter uma placa em néon na minha cabeça escrito "trouxa". Porra, eu não entendo você, não entendo o Liam. Qual é a daquele babaca? Ele só quer me destruir, é isso? Eu tento fazer tudo diferente, mas não dá...

- HARRY! Dá pra me ouvir?! Qual o seu problema? -gritei mais alto que ele para chamar sua atenção.

- O meu problema? Meu problema é você. Eu sinto repulsa em te ver aqui -ele respondeu ríspido. Aquelas palavras cortaram meu coração como lâmina.

- Para de falar assim comigo. Quem você acha que é? -minha voz estava falhando. Ele me via suja, capaz de sujar tudo por onde quer que eu passe. Apesar de tudo doer naquele momento, seu discurso começava a fazer sentido. Eu sou uma imbecil.

- Eu sou aquele tipo de pessoa que não pega a prima enquanto está saindo com uma garota.

- Cala a sua boca, garoto! Foi o Liam que entrou no meu quarto há séculos atrás e acabou me beijando, CONTRA A MINHA VONTADE. E outra você não tinha nada comigo, tá? Então analise o jeito que você fala comigo quando não sabe o que aconteceu realmente -denotei e sentei no banco cobrindo o rosto com as duas mãos.

 Ouvi ele resmungando algumas palavras indecifráveis e chutando uma prateleira de souvenirs.

- Eu só estou tentando fazer você entender que eu não te traí. Isso aconteceu há muito tempo, Harry. Jamais faria isso contigo -pronunciei com dificuldades- Será que é tão difícil de me compreender?

- Eu que te pergunto: Será que é tão difícil de me compreender? Eu estou chamado de corno a cada canto daquele inferno de escola. E... E eu não sei mais o que é verdade.

- Tudo bem, Harry Styles, seja como você quiser. Eu sou uma completa idiota. Sou uma traíra, ridícula que não merece sua atenção. Eu já entendi tudo. Já que quer assim, assim será. -exprimi e sai correndo para casa.

[Se vocês quiserem, coloquem essa música do Smashing Pumpkins pra ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=1vjAUgaUbMw que graças a majestosa Karen, eu usei musica pra me inspirar]

 As lágrimas molhavam meu rosto levando toda aquela ponta de esperança que cabia dentro de mim. Meus sentimentos estavam embolados e formavam um nó na minha garganta.

 O tempo que coube entre Harry e eu foi muito pouco. Jurei nunca chorar por um cara, mas pelo Harry... é impossível. Eu amo Harry. Amo com todas as letras. Mas acho que isso não vai consertar o erro que eu cometi.

 Corri o mais rápido que pude e esbarrei em algo.

- Seunome? Você esta bem? O que você está fazendo aqui? –aquela voz eu reconhecia. Liam Payne. Olhei com desprezo e ele decifrou meus olhares:– Aquilo tudo não foi culpa minha, ta? Você acha que eu queria mostrar pra escola que eu já te beijei? Nunca.

- Eu não quero saber, Liam. Eu quero que você e sua namorada vão pro inferno que é da onde ela saiu. Qual vai ser o próximo showzinho do casal pra se aparecerem? Hein? –questionei provocando e descontando todo meu ódio em minhas palavras. Sinto que não deveria estar fazendo isso, mas meu instinto é maior que minha vontade.

- Quer saber, Seunome? Eu nunca gostei de você. Eu nunca te amei. Tudo aquilo foi um mal entendido, estava em confuso com essa coisa de sentimento –ele praticamente vomitou a frase- Na verdade, você é apenas mais uma vadia, desculpa a palavra, é o que os meus amigos costumam dizer sobre as garotas que eu “aproveito”. Bom, é isso, não vou te iludir, essa é a real. –Payne virou e voltou a andar pra alguma direção.

Aquilo terminou de partir meu coração. Eu não sei o que sentir. Sem rumo.



Harry Styles P.O.V’s 



Meu mundo está virado de cabeça pra baixo. Ficar me lamentando não vai adiantar nada, mas eu só queria abraçar a Seunome e dizer que eu a perdoo. Só que estou tão confuso, impaciente e indeciso.

Meu celular começou a tocar sem parar, era o Justin Timberlake:

JT: Alô? Harry? Aqui é o Timberlake, tudo bem, garotão?
Eu: E ai? Tudo a mil maravilhas.
JT: Por que tanta ironia, rapaz?
Eu: Não é nada.
JT: Tem como você vir aqui no estúdio? Preciso te mostrar uma coisa.
Eu: Ok, já estou indo.



O estúdio ficava próximo da estufa, então não demorei muito tempo pra chegar. Liam Payne estava lá. Meu estomago embrulhou quando me lembrei de tudo que havia acontecido.

- Liam? Harry? –tio Timberlake apareceu entre a porta gesticulando para entrarmos na saleta.

Fui pra onde ele havia nos chamado e sentei. O clima estava tão esquisito, percebi que não era nada bom que me esperava. Suspirei apressando Justin que até se atrapalhou. Ele sentou a nossa frente e ergueu a sobrancelha.

- Tem algumas coisas que precisamos esclarecer. Vocês já têm 17 anos e precisam saber das coisas. Bom, é muita coincidência vocês nascerem no mesmo dia, não é?



Continua...


Gatinhas, há quanto tempo, não? Foram longos e longos meses sem escrever. Se doeu pra mim? É claro. O pior ainda era olhar os comentários e ter de fazer falsas promessas sobre o tão temido "em breve" que nunca chegava. Mas está ai, o penúltimo capítulo. Espero que gostem!

Nath